Um Pouco de Mim...

Quando fiz 21 anos de idade resolvi fazer uma festa. Não uma festa comum, mas um aniversário que tivesse cunho evangelístico. Eu tinha uma banda de evangelismo na época, cantávamos em praças levando a palavra. Pedi a eles que tocassem no meu aniversário e como lembrava muito de um pastor que em meus 16 anos me ensinou a convidar o Pai, o Filho e o Espírito Santo de Deus pra fazer parte dos nossos eventos, tive uma ideia fantástica.

 Ia convidar Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo para o meu aniversário. Isso estava proposto em meu coração e ia fazê-lo.

 Vésperas do aniversário a banda furou, a comida sumiu, e estava tudo dando errado. Foi quando pensei em cancelar o evento, ligar para os convidados e dizer: ó, não vai mais ter nada. Sinto muito. Um amigo não me deixou fazer, e dentro de mim eu sentia que algo ia acontecer fora do comum.

 E foi assim que no dia seguinte, fui acordada com uma voz doce e suave (audível, poucas vezes O escutei ao pé do ouvido) disse pra mim: acorde minha filha, hoje é nosso grande dia, levante!

 Aquela voz fez encher meus olhos de lágrimas e pasme. Quando acordei, a festa estava toda pronta. Toda, pronta, mas ainda não tínhamos a banda. Então desci pra arrumar o salão do prédio que moro. Todas as mesas foram cobertas, mas uma em especial foi coberta por uma renda, diferenciada das demais. Escrevi uma placa e pus em cima da mesa: "Reservada para o meu Pai".

 A tarde minha vizinha de oito anos bateu na porta. Me pediu pra que eu deixasse ela levar uma amiguinha. A festa já estava com convidados saindo pelo ladrão. Mas permiti. "Criança come pouco" pensei, "não tem problema". Alguns minutos depois, minha vizinha pediu novamente que eu deixasse ela levar mais uma amiguinha, eu com o coração na mão, quase não deixo, mas a carinha dela, fofa demais, eu não resisti. Deixei.

 A noite chegou e ainda não tínhamos a banda. E alguns minutos depois, meu amigo que não tinha me deixado desistir na noite anterior, apareceu com todos eles prontos para evangelizar a galera, (a maioria dos convidados eram amigos meus que não conheciam Jesus e que quando convidava pra irem a igreja não aceitavam).

 Bem, foi assim que teve adoração, palavra, agradecimento e tudo mais. E a mesa com a renda vazia. Alguns se perguntavam por que meu pai não havia sentado lá, ou por que ele não tinha vindo, mas o que ninguém sabia que aquela mesa era um segredo entre mim e Deus.

 Quase ao fim da festa, ninguém sentou na mesa, por que estava reservada, foi então que me deparei com três crianças sentadas assistindo eu e a banda tocar e sorrindo pra mim, sorrindo muito. Imediatamente me veio a mente: "aquele que recebe a uma criança, a mim me recebe". Minha vizinha de oito anos e suas duas amiguinhas, três crianças, foram a representação viva de que Deus se fez presente a minha festa em ação de graças a Ele.

 Poderiam ter sido só duas meninas, poderiam ter sido quatro. Mas não. Foram exatamente três. Deus falou forte ao meu coração, que na mesa, não era minha vizinha e suas amigas. Mas Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Ele me disse que ninguém, a não ser elas, poderiam ter sentado naquela mesa que era reservada pra Ele.

 Nem preciso dizer que quis chorar não é mesmo?

 Meses depois a festa, uma moça que estava afastada dos caminhos de Cristo confessou a minha mãe que naquele dia da festa, sentiu Deus falando forte ao seu coração pra voltar pra Ele. Ela só estava passando pelo lado de fora do salão quando ouviu a palavra e foi chamada.

 Meus amigos não se entregaram a Cristo, mas a semente foi plantada. Esse dia marcou tanto a minha vida que coloquei ele no livro 2 da série Garota Cristã, (Aliny Gomes).